quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Chuva surreal


Cada vez que aquelas transparentes gotas de loucura ousam chover

Desbotam minha sanidade

Nem tudo que cai do seu são promessas

Às vezes são paixões que vêm

Às vezes... Quase nunca... E porém...

Fazem da mentira a mais doce verdade

E as palavras que jorram sem direção

Transbordam com um sentido que desconheço

Vestem a roupagem do amanhecer

E falam aquilo que ninguém queria saber...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Miragem Nebulosa

E era sempre a mesma uma vez mais,

A mesma lástima

Hipnótica como a cor que me apraz:

Pintura plástica

Nada além de uma moldura de ouro

Em uma rainha preciosa

Não me perdoe pelo meu desaforo,

Miragem nebulosa

E era sempre a mesma lástima

Uma vez mais

Hipnótica como pintura plástica

A cor que me apraz

Nada além de uma rainha preciosa

Em uma moldura de ouro

Não me perdoe pela miragem nebulosa:

Meu desaforo!

E era sempre o meu mesmo desaforo,

Rainha preciosa

Hipnótica como miragem nebulosa

Moldura de ouro

Nada além da cor que me apraz

Pintura plástica

Não me perdoe pela mesma lástima

Uma vez mais

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Fantasia de carnaval


Perdoa-me por ser assim,

Esse arlequim idiota

Que nem ao menos chora

Um palhaço sem sentimento

Cercado de sofrimento

Não era o que eu queria,

Mas minha fantasia sucumbiu

E toda a esperança sumiu

Deixando apenas a lembrança

E eu queria falar

Quem dera tu possas me escutar

Quem sabe tua rosa desabrochará

Quem sabe eu terei outra oportunidade

Quem sabe eu não terei

Quem sabe eu morrerei

E eu não quero ser um nada

Chega de dúvidas

Juntemos nossas duas vidas

E vivamos este romance

Como se fosse a última chance

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

...Uma distância existe...


Tantas horas e tantos dias

Todo o tempo que se apagou

Mas permanece a marca fria

De um impossível amor

Teus olhos aqui dentro

Assombram-me na escuridão

Eu não encontro um centro

Um apoio para meu coração

Eu preciso de uma revolta

Necessito uma revolução

Porém sempre tu voltas

Como se eu fosse tua prisão

Se eu encontrasse a chave

Que abre meu consciente

Tu, destrutiva ave

Voaria além, finalmente

domingo, 2 de dezembro de 2007

Confortavelmente entorpecido


Constrangido por todos os modelos
Ele não se encontra dentro de si
Hoje ele só pensa em partir
Sem sequer olhar-se no espelho
Porque na vida, tudo o que ouviu
Esteve desde sempre errado
Tudo visto por ele neste quadro
Hoje simplesmente se esvaiu

Ele luta em busca de esperança
Tudo que quer é achar uma luz
Mas toda luz hoje se reduz
A uma escura e fria lembrança

Mas mesmo assim...

Ele pensa que hoje será mais que ontem
Que hoje não é tão bom quanto depois será
E um dia quem sabe ele acordará
Esperando que os dias não se contem
Mas estará velho como uma pedra
Minutos serão horas, horas serão dias
Sonhará com inúmeras alegrias
Porém a vida será sua pior inimiga

Mefistófeles


"Que proveito terá o homem em ganhar o mundo inteiro, se o paga com a própria vida?" ( Mt 16,26)

De que adianta um homem
Com toda a sua destreza
conseguir dominar o mundo
e possuir toda a riqueza
se ele perde a própria alma?!?
Se ele perde a própria alma...

- Adianta o mundo, meu caro!Adianta o mundo!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Não Fui Eu




Grãos de açúcar não são grãos de areia
O lábio da mulher não é o beijo da sereia
A lua que me ilumina não é a que me espelha
Não reflete nem engrandece minha centelha

O momento em que vivo não é o que queria
A esperança que vem não é a de um novo dia
O tempo que passa não é meu aliado
Quando o quero lento, ele passa rápido

A paixão que me incendeia não é amor
A cicatriz em meu peito não é de dor
O perfume que inebria não é da flor
O arco-íris de meu sonho não tem cor

Não fui eu o ferido no desabamento
Não fui eu que perdi esse sentimento
Não fui eu que a amou como merecia
Não fui eu que me amei como devia